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Mt 11, 25-30

25Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos.

26Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado.

27Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo.

28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.

29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.

30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.


Homilia do dia 25 de junho – Solenidade Sagrado Coração de Jesus

Na semana em que terminamos, ontem e neste domingo, o dia consagrado ao Senhor, muitas pessoas acorreram a este santuário com devoção e com fé, seja por meio da celebração do tríduo em louvor ao nosso padroeiro ou num louvor a Santíssima Virgem, como fizemos ontem. E com as três celebrações do domingo também rendemos Graças a Deus por tantos benefícios recebidos. Mas sobre o quê o Evangelho nos fala hoje e podemos experimentar ou somos convidados a experimentar por meio desta celebração.               

               Deus foi tão bom para conosco, que ao invés de se revelar a aqueles que se acham sábios e entendidos, Ele se revela na singeleza e no coração daquele que é mais simples. E o modo particular que o próprio Deus escolheu para estar no nosso meio: Jesus encarnou-se e tornou-se um de nós. Esta forma de humilhação é para que pudéssemos ser também engrandecidos, mas não com mãos humanas, mas para que o nosso coração pudesse buscar uma semelhança ao coração deste Verbo Encarnado. Como foi bom ao longo destes dias experimentar o quanto Deus é bom para conosco e, o quanto Ele se revela no olhar de cada um. E mesmo diante dos fardos pesados vida, gestos que nos acompanharam nestes dias, possibilitam uma prática de simplicidade. O que o coração do padre, o coração daquele que é pastor de uma paróquia ou de um Santuário, que é o nosso caso, que podemos carregar, o próprio Jesus nos convida: “vinde a mim todos vós que estais cansados...” que está com pesos de tantas e tantas responsabilidades, “...o meu jugo é suave, o meu fardo é leve”.

                Esta constância de chamado que Jesus faz nos remete àquela essência que carregamos enquanto seres humanos. Há em nós uma essência de fé a que busquemos assemelhar-nos ao Coração de Cristo, ao seu Sacratíssimo Coração e, deste modo, sermos realmente cumpridores da nossa missão neste mundo. Mas Deus, Ele conta conosco ao mesmo tempo em que precisamos também experimentar as próprias humilhações que o mundo nos apresenta. Uma das formas de nos humilharmos é o modo como reconhecemos nossas faltas.

                Nos três dias em que o Pe. Osni esteve aqui conosco, e, na singeleza, na simplicidade, revelou a que embora tantas vezes busquemos palavras difíceis, às vezes até colocamos palavras acertadas, mas Deus, Ele está se revelando naquele olhar, naquela pequenez e singeleza do modo como nós nos tornamos pessoas simples de coração. E cada gesto alcançado ao longo da nossa

existe orgulho quando percebe tantas pessoas envolvidas com atividades religiosas, mas também atividades sociais, atividades de encontro. E cada encontro que o Senhor nos proporcionou, seja para carregar uma mesa de um lado para o outro, seja naquela simplicidade de poder encontrar um lugar para cuidar onde outros possam também experimentar a singeleza de Deus, um gesto simples, mas carregado de uma profundeza de Deus.

                Por isso cada um que participou destes dias festivos, há muitos aqui, que de alguma forma também colaboraram com o nosso Santuário, com nossas festividades, com certeza o coração de Deus fica muito mais a disposição de um coração que de alguma forma se unia, de alguma forma busca na simplicidade e na singeleza, no contato com outra pessoa, no contato com outros que estão recorrendo a este santuário, mas que ali encontra um gesto, uma palavra e porque não dizer até um olhar. Pensemos um pouco sobre isso. Embora, muitas vezes sintamos, o padre também sente isso, humanamente, o peso  das responsabilidades e do trabalho árduo que existe na vida de um pastor, quem nos carrega no colo é o próprio Jesus.

                Por isso, não façamos da nossa missão uma missão acompanhada só dos gestos humanos que ficam neste mundo, mas que estes gestos humanos que temos possam também nos levar para a eternidade. Quanto mais humanos somos, no olhar, no contato com as pessoas, até uma ajuda, na divulgação às vezes de algo que o próprio Deus se faz presente, ali encontramos a realização da nossa verdadeira essência. Guardemos isso no nosso coração. O Coração de Jesus com certeza é um coração que nos acolhe, o coração do padre transborda de alegria e, vejo pelo rosto de tantas pessoas que por aqui passaram e que aqui estão, que também partilham este olhar de alegria. Foi este olhar de acolhimento, foi este sentido de pertença a Igreja de Cristo. Estes gestos, esta pertença, ninguém pode roubar de nós.

                Lembro muito bem de duas das reflexões que tivemos nesta semana em que fomos estimulados a sairmos da celebração diferentes do modo que chegamos. Imaginando que ao chegar em casa nesta noite, alguns que não vieram, eles também possam experimentar o gosto da alegria da celebração, não gestos rudes, não tantas vezes um olhar de desprezo ou até de zombaria para aqueles que não vieram, pelo contrário, somos os primeiros que experimentaram a misericórdia, mas precisam ter a misericórdia para com aqueles que de repente não estão bem e precisam dela.

                Retornemos o nosso coração para um coração que realmente pode transformar o mundo que tanto necessita.

                Jesus, manso e humilde de coração; fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 10:30h do dia 25/05/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Maurício