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Jo 3, 16-18

16Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

16Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

17Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

17Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.


Homilia do dia 11/06 SOLENIDADE A SANTÍSSIMA TRINDADE

                 Depois da grande celebração de Pentecostes coroando o nosso Tempo Pascal, a Igreja reinicia o Tempo Comum, conforme já nos foi indicado desde o início desta Celebração. Reiniciamos com a Solenidade dedicada à Santíssima Trindade. Portanto, estamos diante de um grande mistério de Fé.

                 Muito já foi perguntado a respeito deste mistério. E não tenhamos este como inacessível aos seres humanos, mas, o mistério em si faz com que possamos caminhar neste mundo com aquilo que Deus nos deu, com as capacidades que Deus colocou em nós, buscando a vivência deste verdadeiro mistério de Fé.

                 A cada um Deus possibilitou sermos pessoas neste mundo a partir de três essências. A primeira delas é a Razão. Portanto, o que nos difere dos animais, é o fato de sermos racionais. Deus colocou em nosso coração os sentimentos, portanto, os afetos, segunda essência. E Deus nos fez também como aqueles que vivem no mundo a partir da vontade, ou seja, temos algo a fazer neste mundo.

                A partir deste tripé: a inteligência, o afeto e vontade, estamos à procura de Deus na história e procuramos viver este grande mistério de Fé. Se percebermos há uma ligação muito próxima deste modo como Deus nos fez, criaturas especiais que somos, seres humanos em busca da perfeição e, a partir de então Deus vai se revelando.

                A inteligência, o intelecto, o cognitivo, que faz parte do ser humano, deve nos levar até Deus. Quanto mais agimos com esperteza e procuramos conhecer a nossa realidade por meio da ciência, por meio do domínio das técnicas humanas, por meio dos estudos que fazemos, quanto mais fizermos,  mais estamos nos aproximando de Deus. É aqui que a Igreja sempre nos ensina, que a razão em si, o intelecto, não pode nos distanciar de Deus, pelo contrário, se formos muito inteligentes, se usarmos nossa inteligência, e no uso da ciência, de técnicas humanas, nos aproximaremos ainda mais de Deus, porque aqui está o grande mistério de Fé.

                Da mesma forma, caminhamos em busca da perfeição no modo quando tomamos contato com nossos sentimentos. Temos sentimentos que caminham conosco e nos aproximam de Deus. Os afetos, aqueles modos de nos aproximarmos uns dos outros, e até nos unirmos nas relações interpessoais e, até na inteligência intrapessoal que possuímos, tudo isso, que Deus colocou em nós, as emoções, é para que possamos também alcançar a Deus ou buscar a Deus neste mundo.

               No mesmo sentido, caminhamos fazendo algo neste mundo e o modo como nos desenvolvemos com uma atividade e outra, cuja vontade também se dá em ações concretas, também nos aproxima de Deus.

               Por isso não é a toa que invocamos a Santíssima Trindade fazendo sempre o sinal da nossa Fé, traçando sobre nós uma cruz, tocando em primeiro lugar a nossa cabeça. Parte-se inclusive deste princípio da razão e, pedimos a Deus que é Pai, assim como nos criou com inteligência, que também tenhamos uma inteligência aberta para Deus, não fechada, ou somente aberta para as ciências ou condições do mundo.

               Depois invocamos a Deus que é Filho, Jesus, a imagem perfeita do Pai entre nós. É Ele, o modo mais perfeito de nos aproximarmos do Criador, buscando os seus próprios sentimentos. “Tende vós, os mesmos sentimentos de Cristo”. E quando tocamos até na altura um pouco do nosso coração, nos lembramos do afeto, lembramos do Coração de Jesus e pedimos: “Senhor, eu preciso ser iluminado na medida em que os meus sentimentos e emoções também precisam passar por um processo de purificação. Ilumina Senhor, e me dá afetos que me aproximem de Deus.”

                No mesmo sentido, tocamos os nossos ombros, tocamos os dois lados. Assim completamos a invocação trinitária, dizendo e invocando o Espírito Santo.É como se disséssemos: “Senhor, Vós que mandais o Espírito Santo, que este seja o princípio a guiar os nossos afazeres por este mundo”. Assim como as mãos indicam o modo de fazermos algo neste mundo, “Senhor, que o Teu Espírito Santo ilumine, na medida em que eu toque realmente os meus ombros, esteja a tocar a minha vontade”.

                 E eis que a imagem da tradição oriental pode nos ajudar a completar esta reflexão.

                Para os orientais, a invocação da Santíssima Trindade sempre se dá tocando os três dedos (polegar, indicador e dedo médio), para justamente simbolizar a presença de Deus que é Uno e Trino. Os orientais invocam a Santíssima Trindade com estes três dedos juntos, invocamos geralmente com a mão aberta. Eles nos ensinam que, quando tocamos a nossa mente, o nosso coração, os nossos ombros, a nossa inteligência, os nossos afetos e a vontade, tocamos lembrando um Deus que é único Deus, mas em três pessoas distintas. E de maneira muito especial, quando sobram ainda dois dedos na mão, eles vem nos indicar a humanidade e a divindade de Jesus, porque Ele é para nós a Imagem visível de Deus.

                Por isso não fazemos uma invocação qualquer, invocamos a Deus não só por uma tradição. É até bom passarmos em frente a uma Igreja e lembrarmos que realmente temos Fé e acreditamos, traçamos o sinal da cruz sobre nós. Ao adentrarmos no Templo Sagrado fazemos da mesma forma, do início da celebração ao final invocamos a Santíssima Trindade. Quando somos enviados m missão é a Santíssima Trindade que nos coloca realmente em missão.

                Peçamos ao Senhor que este mistério trinitário seja hoje a fonte inesgotável, para que nunca nos contentemos com o nosso jeito de ser, mas pelo contrário, estejamos abertos, sejamos cristãos de verdade, que o nosso sentimento esteja cada vez mais próximo do sentimento de Jesus e, que o agir deste mundo seja segundo o Espírito Santo. É o que pedimos, olhando para a Santíssima Trindade e nessa grande revelação do nosso Deus. Glória a Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre, amém!

 

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 10/06/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Maurício