HOMILIA DO 6° DOMINGO DA PÁSCOA 21/05/2017

                Estamos caminhando para a conclusão deste período de cinquenta dias do Tempo Pascal. E já percebemos pelo tom das nossas leituras que entramos na expectativa pela grande Solenidade de Pentecostes, na Vinda do Espírito Santo, e de uma maneira especial, o nascimento da força da Igreja por meio do envio dos apóstolos ao mundo. A Solene Liturgia de Pentecostes concluirá este tempo de cinquenta dias.

                Neste 6º Domingo da Páscoa entramos nesta expectativa rogando ao Senhor que tenhamos muito presente na nossa história o alimento necessário por meio das virtudes que a Igreja sempre nos recomenda.

                Este meio eficaz que temos, de alimentarmos a Fé, a Esperança e a Caridade, nos reporta sempre para a grande missão de que Deus está presente na história, no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

                Mas se percebermos, hoje a Liturgia da Palavra alimenta a nossa Fé, porque estamos reunidos escutando esta palavra e com a presença do Espírito Santo. A Fé para nós é este alimento salutar para a eternidade, nos faz presentes ao Coração de Deus e nos move, para que o nosso coração realmente esteja ligado ao Coração de Deus. É um modo adequado de mergulharmos neste alimento que Deus nos dá. A Palavra que ouvimos serve como este alimento, ao mesmo tempo nos conduz para que entendamos um pouco melhor as situações que encontramos na vida e quem sabe até, não só em nossa vida, mas daqueles que estão ao nosso redor. Por isso, somos convidados pela Fé a nos santificarmos.

                Diz a primeira carta de São Pedro: “Santificai em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo, e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir”. Ou seja, é preciso sempre estar pronto e dar razão a vossa Esperança. Dar razão a Esperança significa que a nossa Fé verdadeiramente se torne um grande alimento para a eternidade e, por meio desta virtude, somos conduzidos de forma a que não fiquemos só com esta existência própria, a existência humana, mas nos reportemos e até nos transfiguremos para outras dimensões, a dimensão de pertença a Deus.

                Tendo assim o alimento da Fé, logo percebemos por esta frase de São Pedro que ela nos conduz para esta outra virtude, a da Esperança. Por mais que padecemos a tantas dificuldades na vida e, mesmo em meio a tantas situações que enfrentamos no Brasil, no mundo, de injustiças, de desigualdades, e porque não dizer da força do mal que tantas vezes tomou conta da existência humana, até mesmo das situações que vimos da semana que passou ou em outros lugares, da corrupção que assola o coração humano, sempre devemos ter razão para confiarmos e esperarmos por um mundo melhor. Não podemos realmente entrar naquele desânimo próprio das situações que enfrentamos. Infelizmente, há tantas situações de corrupção, fruto do pecado e de corações que são incrédulos, corações que tantas vezes pensam em si mesmos e corações que pensam nos bens materiais, que só ficam neste mundo. Agora, não podemos desanimar, porque é assim que realmente o maligno quer que pense o nosso coração e ele não pode tirar a razão da nossa Fé.

                É preciso com a Esperança, com a Fé, crer e rezar que podemos realmente ter um mundo melhor, um Brasil melhor, um coração melhor, uma família melhor. Se perdermos a Esperança e a confiança em Deus, e realmente nos deixarmos levar por estas situações, também mergulhamos na força do maligno, que está assolando o coração da humanidade, porque ele está fechado para Deus. E é assim que surge a corrupção no coração humano e de forma a que até muitas vezes percebamos explorações tão evidentes. Mas a força da Fé e da Esperança é que nos leva para a terceira virtude: a Caridade, o Amor.

                O Santo Evangelho de hoje nos fala muito deste mandamento e do Amor. Está aqui realmente um meio muito eficaz para vencermos as situações deste mundo, os desânimos e as forças do mal. Só podemos vencer pelo bem, podemos vencer com esta arma que é o Amor. Em poucos versículos do capítulo 14 deste Evangelho de São João, pelo menos escutamos no Santo Evangelho sete vezes o mandamento do Amor, ou a expressão amar a Deus e amar os semelhantes.

                E o evangelista nos fala que aqui está uma resposta do ser humano para enfrentar as situações neste mundo: a resposta está no Amor. “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. Se muitos realmente não guardam os mandamentos de Deus é porque não sabem amar a Deus, não colocam Deus em primeiro lugar, não colocam Jesus como centro da história e da vida. Mas eis que esta resposta ao Amor de Deus vem carregada por esta força. É evidente, de que Deus é nosso Pai, do Espírito Santo e do próprio Jesus que está sempre presente conosco. Ele nos fala e nos da a certeza, “Eu voltarei para o Pai, mas eu ei de enviar para vós um defensor, o Espírito da verdade, o Paráclito”. Eis outra resposta de Fé deste Santo Evangelho para a nossa vida. Temos um defensor, temos um advogado, temos o Paráclito, o Espírito Santo! E Ele, é o Espírito da verdade!  

                Tantas vezes podemos ser assolados na história humana, por espíritos ou por situações que não nos levam a uma verdade plena. Alguns até, inclusive, mesmo em meio a tantas situações que já viveram e tantas corrupções são capazes de enfrentar alto tribunais e dizer, que ainda são inocentes.

Com certeza, para nós, este exemplo não segue o exemplo daqueles que vivem o espírito de uma verdade que vem de um defensor que é o próprio Deus. Por isso tenhamos a certeza, a verdade sempre libertará o ser humano, e por mais que tenhamos provações para enfrentar no Brasil e no mundo, não desanimemos. Deus, o próprio Jesus já venceu por nós todo sofrimento e morte. E é preciso que não nos deixemos levar e até vencer pelas coisas malignas, é isso que o demônio quer, quer nos desanimar, ele quer nos vencer e até muitas vezes colocando corações incrédulos e sem Fé à frente do povo, capazes de levar tantas formas de sofrimento à humanidade. Não falemos do espírito maligno tanto assim, falemos e terminemos falando do Amor.

                Se o Amor de Deus, foi tão grande por nós, a ponto de vencer a morte e nos dar a vida nova, eis a nossa resposta como bons cristãos e católicos: Amemos os nossos semelhantes e realmente tenhamos presente que quanto mais amarmos o nosso semelhante, realmente estamos nos abrindo para que o Espírito Santo seja presente na minha vida e na minha história, mas também permaneça na família que pertenço. Em meio às situações, muitas vezes trágicas que vivemos no Brasil e no mundo, a nossa resposta é o Amor. O Amor de Deus por nós e a certeza que somos sempre amparados pelo Espírito de Deus.

                Oremos por alguns instantes, pedindo ao Senhor Jesus que nos ajude e que possamos firmar a Esperança e confiança em Deus plenamente e, hoje sejamos santificados pela força do Espírito Santo. Amém!

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 21/05/2017. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Maurício