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João 2,13-22

Estava próxima a Páscoa dos judeus
e Jesus subiu a Jerusalém.

   14 No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados.

   15 Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois;
espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.

   16 E disse aos que vendiam pombas: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!"

   17 Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: "O zelo por tua casa me consumirá".

   18 Então os judeus perguntaram a Jesus: "Que sinal nos mostras para agir assim?"

   19 Ele respondeu: "Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei".

   20 Os judeus disseram: "Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?"

   21 Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo.

   22 Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Palavra da Salvação.


HOMILIA EM DEDICAÇÃO AO SANTUARIO.

   Queridos irmãos e irmãs presentes neste Santuário, e uma saudação muito fraterna também a você que acompanha a transmissão desta missa dominical. Hoje, em caráter muito especial, celebramos o sétimo ano da dedicação deste Templo Sagrado. As velas, inclusive, que foram hoje acesas nas colunas, expressam a gratidão a Deus, justamente neste dia da dedicação de um templo consagrado ao Sagrado Coração de Jesus.

   Há sete anos atrás, vivíamos um momento ímpar na história deste lugar. Chegava até Deus, através de nossas preces, tudo o que já tínhamos feito e alcançado ao longo de décadas da construção deste lugar para a celebração Eucarística.

   Após a dedicação, claro que, enquanto Igreja, nunca estamos plenamente prontos. Por isso, a construção física continuou, assim como a nossa jornada espiritual em contínua construção. No ano passado, tivemos a graça de inaugurar e abençoar o mosaico que se encontra no presbitério. Deus nos possibilitou, no momento da construção do Santuário, ter à nossa disposição um belo vitral na parte frontal. Nele, visualiza-se toda a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Também no Mosaico, a expressão viva deste mistério é possível perceber a ação contínua de Deus.

   Para completar, agora o nosso Santuário, a partir de hoje, com a bênção dos novos vitrais, estabelece um vínculo muito maior, justamente com uma catequese contínua, capaz de elevar o nosso coração. Todos esses vitrais, pensados principalmente na parte lateral, têm o sentido de elevar o coração da assembleia para que as suas preces cheguem ao coração de Deus. Eis o sentido de celebrar em um templo sagrado. O próprio Jesus fez questão, no momento em que expulsou os vendilhões do Templo, de lembrar que a nossa vida precisa deixar de lado algumas ocasiões. Assim, expulsamos para longe a ação do maligno. Com certeza, por meio da expulsão dos vendilhões do templo, Jesus já estava se referindo à construção do seu corpo. Um corpo que poderia ser levado à morte, mas que, após três dias, ressuscitaria.

   No texto que ouvimos hoje, também da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, a lembrança é justamente esta. Enquanto Igreja, somos construção de Deus. E enquanto construção, não faz sentido uma vida que não esteja alicerçada em Jesus Cristo. Por isso, Jesus Cristo é a pedra fundamental. Talvez alguns dos que ainda convivem conosco estiveram presentes neste Santuário quando a pedra fundamental foi estabelecida neste lugar. Acho que alguns até celebram conosco neste momento. Uma pedra fundamental para que, a partir de uma pedra, a construção se edificasse.

   Quantos anos se passaram! Estamos chegando a quase 70 anos de construção. Ano que vem completa-se 70 anos de criação da paróquia. Quando foi criada a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, aqui tinha uma pequena igreja construída desde o início da imigração italiana. Logo, o Arcebispo pediu ao primeiro pároco: é preciso construir um Santuário ao Sagrado Coração de Jesus. Essa igreja não foi só pensada como paróquia ou como uma capela. Foi pensada desde o início como Santuário. Por isso, no ano que vem, também celebraremos 25 anos em que Dom Pedro elevou de paróquia a categoria de santuário arquidiocesano.

   Nesta mesma proporção de reflexão, podemos pensar quantas vezes nos detemos neste lugar para nossas orações. Quantos dos nossos e quantas pessoas já por aqui puderam santificar-se. Eis o sentido de uma construção material: elevar nosso coração para que nossa prece chegue até Deus.

   Sejamos gratos, porque tenho certeza de que do Coração de Jesus brota uma água viva. Assim como na profecia de Ezequiel já se pensava, que de um santuário brotaria água que devolveria saúde. É do corpo do Senhor que brota esta água, do coração do Cristo, que surge o grande mar, que é a Igreja.

   Neste sentido, habitamos neste momento um lugar sagrado capaz de fortalecer a nossa vida e inclusive saciar a nossa sede. Que assim, a partir da água do Cristo e do seu sangue, a própria Eucaristia, se espalhe pelo mundo a misericórdia de Deus. Do sangue e da água brotam os sacramentos essenciais para nossa salvação: a Eucaristia e o Santo Batismo.

   Que a partir desta celebração tomemos consciência da realidade histórica pertencente a este lugar sagrado. Sejamos também agradecidos, porque o Senhor nos dá a possibilidade de renovação espiritual, especialmente neste sétimo ano em que celebramos a dedicação de um templo ao Sagrado Coração de Jesus. Que o Senhor olhe por nós, interceda por nossas necessidades, e que possamos realmente buscar neste lugar um refúgio seguro para nossa salvação.

 

Este texto foi transcrito, com algumas adaptações, da homilia proferida pelo Pe. Maurício na missa das 19:00h do dia 19/11/2023. Não passou por uma revisão gramatical e ortográfica profunda, mantendo a linguagem coloquial original

Escrito por: Pe. Mauricío