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Mc 1,1-8

1Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Jesus Cristo, nossa esperança,

2que ficou em breve grávida, e deu à luz um filho. Vendo que era formoso, escondeu-o durante três meses.

2Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho.

2a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia, paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!

3Mas, não podendo guardá-lo oculto por mais tempo, tomou uma cesta de junco, untou-a de betume e pez, colocou dentro o menino e depô-la à beira do rio, no meio dos caniços.

3Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas (Mal 3,1; Is 40,3).

4A irmã do menino colocara-se a alguma distância para ver o que lhe havia de acontecer.

4João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados.

5Ora, a filha do faraó desceu ao rio para se banhar, enquanto suas criadas passeavam à beira do rio. Ela viu a cesta no meio dos juncos e mandou uma de suas criadas buscá-la.

5E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.

6Abriu-a e viu dentro o menino que chorava. E compadeceu-se: “É um filho dos hebreus”, disse ela.

6João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.

7Veio então a irmã do menino e disse à filha do faraó: “Queres que vá procurar entre as mulheres dos hebreus uma ama de leite para amamentar o menino?”

7Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.

8“Sim”, disse a filha do faraó. E a moça correu a buscar a mãe do menino.


Homilia no II Domingo do Advento

Queridos irmãos e irmãs, a liturgia que participamos neste domingo faz parte do tempo do advento.  Estamos no segundo domingo, na expectativa, na espera vigilante pelo Senhor conforme o convite da primeira semana. Nesta semana, em um convite muito especial, preparai o caminho do Senhor.

A preparação da vinda do Senhor acontece de modo pessoal, mas jamais poderíamos deixar de lado toda a preparação comunitária, aquela que somos convidados a participar por meio de orações em comum, especialmente por meio da santa missa.         A preparação pessoal e comunitária surge na temática do segundo domingo do advento onde uma voz clama no deserto, a voz é de João Batista, o precursor do Senhor.

Uma imagem que pode nos acompanhar ao longo desta semana é a de João Batista, apresentada de alguma forma pelo profeta Isaías. No seu tempo Isaías falava da vinda de Jesus, mas hoje, na primeira leitura nos fala desta voz que grita no deserto, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. Esse trecho que o profeta Isaias proclamou no seu tempo foi retomado por Jesus segundo o evangelho de Marcos.

            E, no início deste evangelho está a boa notícia. O evangelho de São Marcos se refere ao profeta Isaías, e lembrando aquele que viria como mensageiro, que estaria à frente de Jesus para preparar o caminho, a voz de João Batista.

São Marcos começando o seu evangelho deste modo quer mostrar ao povo hebreu, que tudo o que estava previsto pelos profetas, especialmente Isaías, aconteceu com o Cristo. Mas a missão do Cristo foi preparada por João, que recebeu esse nome de Batista porque batizava no rio Jordão, este rio tão importante para os hebreus.

            O batismo de João era de conversão, mudança de vida. João também tinha uma vida bastante simples. A descrição do evangelho é para mostrar a sua simplicidade e ao mesmo tempo João é aquele que prepara o caminho do Senhor tendo muita consciência da sua missão, jamais quis ocupar o lugar de Jesus. Foi ele que apontou: eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. São João se torna assim um exemplo para todos os cristãos, dos tempos antigos e para nós no tempo atual, porque a nossa missão neste mundo também está em vista de preparar o caminho que é do Senhor.

            É claro, o Senhor nos vem de maneira muito pessoal, não intimista, pessoal, porque o intimismo não nos leva a lugar nenhum. Intimidade com o Senhor sim, intimismo não. Tudo que vivenciamos no nível comunitário nos ajuda nessa preparação, a celebração da missa, a novena que fazemos, o tempo que dedicamos para uma oração em comum e em família. Tudo ajuda nesta preparação, para que assim tenhamos consciência, aquela que João Batista tinha, caminhamos à frente de alguma forma preparando nosso coração para acolher o Salvador, mas também sendo sinais para que Deus possa agir junto a outras pessoas. Jamais deveríamos esquecer que somos voz que clama no deserto.

            No deserto da vida, no deserto que muitas vezes nos tira do convívio social, no deserto de uma pandemia que continua nos causando medo, mas um deserto que pode ser muito frutuoso. Para alguns pode até causar desespero, para nós que temos fé temos que nos cuidar, mas temos que preparar o caminho que é do Senhor.

Nossa vida é um dom tão precioso e precisamos cuidar com tudo que nos recomendam as autoridades competentes. Mas se nos desesperarmos perdemos o sentido da fé, e a fé é esta condição que precisa ser transmitida para os outros, estou aqui a me referir novamente aos queridos pais de nossos catequizandos e catequistas.

            Muitas experiências belíssimas de transmissão da fé neste ano, mesmo em tempo de pandemia. Sabem que às vezes, desculpe a palavra, terceirizamos a transmissão da fé para os outros, às vezes queremos que os catequistas, o padre, façam essa transmissão para os nossos filhos, e esquecemos que o papel é nosso. Vocês pais e responsáveis pelas crianças sabem o quanto vocês também amadureceram neste ano, porque aprenderam também a caminhar e transmitir a fé ainda mais a seus filhos.

            Neste sentido, podemos tirar momentos oportunos de um tempo de crise e de pandemia, oportunos para que cresçamos na fé, cresçamos tendo a consciência que o Senhor vai voltar, e quer nos encontrar preparados.

            Terminemos com as palavras da Segunda Carta de São Pedro, segunda leitura de hoje, atribuída a Pedro, está falando que o Senhor voltará um dia como um ladrão, e no dia que ele chegar, não avisará, quer nos encontrar preparados. E o que realmente esperamos? É claro, no tempo presente para nossa vida, a nossa espera está numa vacina que nos dará segurança para vida.

            Mas a nossa espera não é somente nisso. Pena que muitas vezes ficamos só nisso, só nas realidades humanas, e São Pedro diz a seguinte: o que esperamos de acordo com a promessa de Jesus são novos céus e nova terra. Quem dera que mudássemos de vida depois dessa pandemia, quem dera que na nossa família tivéssemos um novo céu e uma nova terra, onde habita a justiça.

Caríssimos, diz São Pedro ou aquele autor que escreveu a Carta de São Pedro: é vivendo nessa esperança que é preciso se esforçar para que ele vos encontre numa vida pura sem mancha e em paz. É essa esperança que posso anunciar a vocês, como a voz que clama no deserto, mas uma voz que precisa ser ouvida, a nossa esperança está na consolidação dos tempos quando o Senhor voltar, teremos um novo céu e uma nova terra, e tudo se cumprirá.

Escrito por: Pe. Maurício